O homem que fazia uma criança e um jovem reféns foi morto durante a manhã desta quinta-feira (22) dentro de uma casa no bairro Parque São Pedro, na região Norte de BH. As negociações não evoluíram e ele foi executado com um disparo por um sniper, que é um atirador especializado. Leandro Melo, de 39 anos, sequestrou o enteado, de sete anos, e um jovem, de 23, durante a noite de quarta-feira (21).
As negociações duraram mais de 15 horas
De acordo com a porta voz da Polícia Militar de Minas Gerais, Major Layla Brunella, o homem ameaçava matar a criança e por esse motivo foi necessário recorrer ao sniper. "A gente lamenta muito, pois não era o desfecho que a gente gostaria, mas foi o possível. Queríamos tirar os três com vida, mas esse criminoso que opta por fazer uma situação como essa", disse.
A criança e o jovem que estavam em cárcere foram liberados sem ferimentos. "A criança está bem, calma, já teve contato com o pai. Está bem, está tranquila, mas como eu falei, é muito pequeno, não tem noção da gravidade. O psicológico precisa ser trabalhado, mas a parte física está tranquila", disse.
As negociações com o suspeito foram conduzidas por um policial. Elas tiveram início durante a noite de ontem e continuaram durante a madrugada. Na manhã de hoje, as negociações pioraram, segundo a PM. A energia da casa chegou a ser cortada para evitar que ele tivesse o as informações, o que poderia ter comprometido as conversas pela liberdade dos reféns. Segundo a Major, não existia um limite de horário para as negociações e que o acionamento dos snipers seria feito diante da piora nas conversas com o suspeito, o que ocorreu diante das ameaças de execução do menino.
O homem tinha como condição para a liberdade dos dois a presença da ex-companheira, que é mãe da criança. A possibilidade foi descartada pela Polícia, já que o suspeito possui histórico de feminicídio com requintes de crueldade. O caso ocorreu em 2008, no bairro Maria Goretti, na região Nordeste. A vítima foi encontrada nua, com um pano enrolado no pescoço e com um rato dentro da boca. O crime teria sido motivado pelo fim do relacionamento.
‘Ação legítima’, avalia especialista
O especialista em segurança pública Vinícius Domingues Cavalcante avalia que a execução é uma “ação legítima” nos casos em que o sequestrador ameça a integridade física dos reféns. Segundo a Polícia Militar, as negociações estavam difíceis e o homem havia dito que só deixaria o local morto.
“A execução é opção no caso do comandante da operação detectar que existe um ânimo real de ferir os reféns ou do individuo não se entregar de verdade. Se perceberam o risco e que havia possibilidade de comprometimento da integridade dos reféns é correto”, afirmou.
O caso
Leandro foi à casa da ex-companheira, de 25 anos, durante a tarde de quarta-feira (21). A residência fica no bairro Parque São Pedro, na região Norte de Belo Horizonte. Ele estava armado quando tentou abordar a mulher, que estava acompanhada do filho e de um casal de amigos. Um vizinho viu a confusão e entrou na frente de Leandro. As duas mulheres conseguiram fugir, mas criança e o jovem foram sequestrados por ele.
A residência onde eles estão possui difícil o, segundo a Polícia Militar. Além dos policiais militares, agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais estão no local. As negociações são acompanhadas pela mãe e pelo pai da criança. Durante a madrugada, a mulher chegou a ar mal.
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